O cenário político maranhense caminha, com surpreendente coesão, para consolidar um projeto de continuidade de poder que une o governador Carlos Brandão (PSB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT). O que antes era visto como uma possível crise entre dinistas e brandonistas, agora se traduz em estabilidade e alinhamento de estratégias.
Brandão prepara o terreno para disputar o Senado em 2026, enquanto Camarão, já posicionado como sucessor natural, deve assumir o Palácio dos Leões em abril do próximo ano e disputar a reeleição no mesmo pleito. Ambos se apresentam como candidatos altamente competitivos, impulsionados por uma base política sólida, apoio institucional e visibilidade estadual, mesmo diante de possíveis adversários de peso, como o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD).
Camarão, jovem, mas com um currículo de veterano, terá o desafio de convencer o eleitorado de que pode manter o Maranhão em rota de estabilidade e avanços. Terá como trunfos o selo de confiança do ex-governador e ministro do STF, Flávio Dino, e o apoio do presidente Lula (PT), cuja bandeira deve carregar na disputa.
Do outro lado, Carlos Brandão colhe frutos de sua gestão municipalista, com programas sociais mantidos e uma maratona de entregas pelo interior, o que o coloca como nome quase consensual ao Senado, inclusive com adesões de antigos adversários como o senador Weverton Rocha e o deputado Juscelino Filho. Resta saber se esse clima de unidade sobreviverá ao calendário eleitoral. Por ora, a engrenagem gira com harmonia e propósito definidos.